Governo defende turismo comunitário para desenvolvimento do Vale do Catimbau

18/11/2025 18:00 Central do Direito
Governo defende turismo comunitário para desenvolvimento do Vale do Catimbau

Representantes do governo federal defenderam nesta terça-feira (18) que o turismo e as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do Vale do Catimbau (PE) só terão impacto real com participação comunitária e respeito à identidade cultural da região.

A discussão ocorreu durante audiência pública da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, que debateu modalidades de desenvolvimento sustentável para a área.

Baixo desenvolvimento social preocupa

Apesar do elevado potencial turístico e ambiental, o Vale do Catimbau ainda enfrenta baixo desenvolvimento social. Municípios como Buíque, Ibimirim e Tupanatinga registram IDH entre 0,527 e 0,552, evidenciando que a atividade turística não se converteu em ganhos significativos de qualidade de vida para a população local. O IDH médio do Brasil é de 0,786.

O representante do Ministério do Empreendedorismo, Tadeu Alencar, destacou que projetos turísticos na região não podem repetir modelos excludentes. "Nós não podemos fazer um resort que não tenha nada a ver com a região. A gente precisa de turismo de base comunitária, que valorize essa riqueza extraordinária sem desnaturar o território", afirmou.

Fundo da Caatinga mobilizará R$ 100 milhões

O deputado Pedro Campos (PSB-PE) informou que a criação do Fundo da Caatinga avança na Câmara e poderá mobilizar cerca de R$ 100 milhões em recursos do BNDES e do Banco do Nordeste para ações de preservação e geração de renda. O projeto (PL 1990/24) será analisado pelo Plenário antes de seguir para o Senado.

Segundo Campos, os recursos poderão chegar ao Parque Nacional do Catimbau: "Quando fortalecemos o turismo ecológico, a criação de museus e o uso público do parque, nós também educamos a população sobre o valor da caatinga".

BNDES amplia apoio aos pequenos negócios

O representante do BNDES, Caio Ramos, destacou que o banco pode impulsionar o desenvolvimento com fomento direto aos empreendedores locais. Existem mais de 2 mil micro e pequenas empresas nos municípios do entorno do parque, e o BNDES já ampliou em 54% o volume de operações em Pernambuco.

O banco também pode financiar infraestrutura e acessibilidade, como estradas e vias de acesso, modelo semelhante ao adotado na Serra da Capivara, no Piauí. "O banco está pronto para apoiar tanto iniciativas comunitárias quanto investimentos públicos, desde que os projetos sejam apresentados de forma madura", concluiu Ramos.