O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e sua esposa, a empresária Thaisa Hoffmann Jonasson, serão ouvidos pela CPMI do INSS nesta quinta-feira (23), às 9 horas, no Senado Federal.
Investigações apontam enriquecimento ilícito
Virgílio Filho deverá esclarecer aos parlamentares sobre as investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificaram enriquecimento incompatível com seus rendimentos como servidor público. As apurações indicam que ele recebeu R$ 11,9 milhões através de empresas e contas bancárias da esposa, valores relacionados às associações investigadas por descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Afastamento judicial e operação policial
O ex-procurador-geral foi afastado do cargo em abril por determinação da Justiça Federal, no mesmo dia da deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal. Segundo o senador Izalci Lucas (PL-DF), autor de um dos requerimentos de convocação, as investigações posicionam Virgílio "não como um mero espectador", mas como um dos supostos beneficiários centrais da organização criminosa.
Papel da esposa no esquema
Thaisa Hoffmann Jonasson será questionada sobre transações financeiras relacionadas ao esquema fraudulento. Segundo os parlamentares, ela figura como sócia de empresas que aparecem no núcleo de intermediação de pagamentos, incluindo Curitiba Consultoria em Serviços Médicos S.A., THJ Consultoria Ltda. e Centro Médico Vita Care.
CPMI investiga prejuízo bilionário
Criada em agosto, a CPMI do INSS investiga esquema de descontos indevidos que causou prejuízo bilionário a milhões de aposentados e pensionistas. A comissão é presidida pelo senador Carlos Viana e tem funcionamento previsto até 28 de março de 2026, sendo composta por 16 senadores e 16 deputados titulares.