Ex-procurador do INSS nega fraudes em depoimento na CPMI

24/10/2025 09:30 Central do Direito
Ex-procurador do INSS nega fraudes em depoimento na CPMI

O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho negou envolvimento em irregularidades relacionadas aos descontos em aposentadorias e pensões durante depoimento na CPMI do INSS nesta quinta-feira (23).

Estratégia de Defesa com Habeas Corpus

Amparado por habeas corpus, Virgílio Filho respondeu seletivamente às perguntas dos parlamentares, permanecendo em silêncio diante de questionamentos com potencial incriminatório. O ex-procurador foi afastado do cargo em abril após operação da Polícia Federal sobre fraudes no INSS.

Negativas sobre Influências Políticas

Durante a oitiva, o depoente negou que Carlos Luppi, ex-ministro da Previdência, tenha sido responsável por seu convite ao cargo. Segundo Virgílio, o convite partiu de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do instituto, que nunca teria interferido em sua atuação na procuradoria.

Evolução Patrimonial Questionada

O relator da CPMI, deputado Alberto Gaspar (União-AL), apontou evolução patrimonial de R$ 18 milhões em cinco anos, valor considerado incompatível com remuneração de servidor público. Gaspar mencionou ainda a compra de apartamento de R$ 28 milhões em Balneário Camboriú (SC).

Acordos com Entidades Investigados

Os parlamentares questionaram Virgílio sobre acordos de cooperação técnica entre o INSS e entidades como a Contag e Conafer. O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) destacou que acordos semelhantes beneficiaram a Ambec, que teria arrecadado R$ 500 milhões desde 2020.

A reunião da CPMI se estendeu por mais de 12 horas, incluindo também o depoimento da médica Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do ex-procurador, suspeita de ter sido usada como "laranja" no esquema investigado.