O ex-ministro do Trabalho e da Previdência Onyx Lorenzoni negou qualquer ligação com as fraudes envolvendo descontos associativos irregulares de aposentados e pensionistas durante depoimento à CPMI do INSS nesta quinta-feira (6).
Defesa das medidas do governo Bolsonaro
Lorenzoni, que comandou o ministério por oito meses entre 2021 e 2022, defendeu as ações do governo Bolsonaro no combate às irregularidades. Durante sua gestão, foram assinados seis acordos de cooperação técnica (ACT) do INSS com associações hoje investigadas por fraudes.
"A primeira medida contra a corrupção é do governo Bolsonaro – aliás, a primeira e única em 34 anos de existência da Lei 8.213/91", afirmou o ex-ministro, citando medidas como suspensão de ACTs e implementação da biometria.
Questionamentos sobre doações eleitorais
A senadora Leila Barros (PDT-DF) questionou Lorenzoni sobre doação de R$ 60 mil recebida de Felipe Macedo Gomes, presidente da Amar Brasil, uma das entidades mais envolvidas no escândalo que movimentou mais de R$ 700 milhões.
O ex-ministro negou conhecer o doador e afirmou que suas contas eleitorais foram aprovadas pelo TRE gaúcho. "Dos meus 115 doadores, eu não conheço mais de 30% ou 35%. Nunca vi esse cidadão, não sei quem é", declarou.
Avaliação parlamentar
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) criticou o depoimento como "vazio" e acusou o ex-ministro de fazer propaganda do governo Bolsonaro. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), disse que confrontará os dados apresentados por Lorenzoni com as informações da investigação.