A empresária e médica Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, compareceu nesta quinta-feira (23) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, mas optou por permanecer em silêncio durante a maior parte do depoimento.
Proteção do STF garante direito ao silêncio
Amparada por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Thaisa exerceu o direito de não responder a perguntas que pudessem levá-la à autoincriminação. Sua advogada, Izabella Hernandez Borges, esclareceu que a empresária não faria o compromisso de dizer a verdade por figurar como investigada, inclusive com pedido de prisão preventiva em tramitação.
Questionamentos sobre patrimônio milionário
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), tentou questionar Thaisa sobre a fundação de suas empresas, renda e detalhes sobre um imóvel de luxo avaliado em R$ 28 milhões em Balneário Camboriú (SC). Todas as perguntas foram respondidas com silêncio.
As investigações apontam que Thaisa é sócia de empresas que estariam no centro do esquema de descontos associativos irregulares, incluindo a Curitiba Consultoria em Serviços Médicos S.A., a THJ Consultoria Ltda. e o Centro Médico Vita Care. Segundo as apurações, seu esposo recebeu R$ 11,9 milhões de empresas ligadas às associações investigadas, por meio de contas bancárias em nome dela.
Defesa alega legalidade das atividades
Em sua declaração inicial, Thaisa afirmou que jamais esteve envolvida em práticas ilícitas. "Minha trajetória sempre foi pautada pela ética, pelo respeito e pelo compromisso com o bem-estar das pessoas", declarou. A empresária disse que a verdade será comprovada através de documentos nos autos judiciais, não no "ambiente hostil" da CPMI.
O deputado Alfredo Gaspar lamentou a recusa em responder, especialmente sobre a origem dos recursos milionários, expressando suspeitas de que o dinheiro possa ter saído "da mesa de um sofrido aposentado ou pensionista".