No primeiro dia da Conferência das Partes sobre o Clima (COP30), realizada em Belém (PA), deputados brasileiros apresentaram propostas estratégicas para enfrentar os desafios climáticos globais, com foco na valorização dos povos tradicionais e ampliação do financiamento internacional.
Povos Indígenas como Guardiões do Carbono
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) enfatizou o papel fundamental dos povos indígenas na preservação ambiental, destacando que representam "o maior banco de estoque de carbono" do planeta. A parlamentar comparou os diferentes tempos da natureza e da ação humana, citando a árvore sumaúma - a mais alta do Brasil com 100 metros e idade entre 600 e 900 anos.
"Tem coisa que o dinheiro não traz de volta, como o rio Doce", afirmou Xakriabá, lembrando tragédias ambientais. Para ela, é necessário não apenas reflorestar, mas impedir novos desmatamentos para evitar o adoecimento do planeta.
Justiça Socioambiental em Foco
A deputada Carol Dartora (PT-PR) ressaltou a urgência de levar o debate climático às comunidades mais vulneráveis. Ela citou a recente tragédia em Rio Bonito do Iguaçu (PR) como exemplo da necessidade de políticas públicas que incluam populações locais afetadas por eventos climáticos extremos.
Financiamento Climático Internacional
O deputado Nilto Tatto (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, destacou as expectativas para acordos sobre financiamento climático. Segundo o parlamentar, são necessários aproximadamente US$ 1,3 trilhão para apoiar países em desenvolvimento na transição para economia de baixa emissão e adaptação aos eventos climáticos extremos.
Os deputados defenderam a criação de um fundo global de florestas e instrumentos para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em relação ao período pré-industrial, demonstrando o comprometimento brasileiro com as metas climáticas internacionais.