A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS anunciou nesta quinta-feira (18) novas medidas para intensificar a investigação sobre descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões, que causaram prejuízos estimados em R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024.
STF muda posição sobre depoimentos
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), destacou mudança de postura do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, ministros passaram a exigir o comparecimento de convocados à comissão. "A decisão do ministro André Mendonça de obrigar testemunhas a comparecer representa um avanço", afirmou Viana.
Advogado permanece em silêncio
Durante depoimento, o advogado Nelson Willians Rodrigues, alvo de operações por transações suspeitas, negou participação nas fraudes. Amparado por habeas corpus, ele afirmou não conhecer o "Careca do INSS" e disse que sua relação com Maurício Camisotti era profissional.
O relator Alfredo Gaspar (União-AL) questionou a movimentação financeira superior a R$ 4 bilhões do advogado e sua ostentação nas redes sociais. "O silêncio dele falou alto. Chega como testemunha e sai como provável investigado", declarou.
Convocações prioritárias aprovadas
A comissão aprovou 179 requerimentos de informação e convocação, incluindo os ministros Vinícius Carvalho (CGU) e Jorge Messias (AGU), além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A CPMI também solicitou ao STF informações sobre eventuais políticos citados na investigação.
Os principais investigados, como Antônio Carlos Camilo Antunes ("Careca do INSS") e Maurício Camisotti, continuam com restrições de comparecimento por estarem presos, mas parlamentares buscam alternativas para ouvi-los.