Contador confirma ter trabalhado para 4 entidades suspeitas de fraude de R$ 700 mi

O contador Mauro Palombo Concílio confirmou durante depoimento à CPMI do INSS que prestou serviços contábeis para pelo menos quatro entidades associativas investigadas por desviar mais de R$ 700 milhões em fraudes contra aposentados e pensionistas. O profissional compareceu como testemunha nesta quinta-feira (27), portando documentos, relatórios e recibos fiscais.

Conexões com investigados

Residente nos Estados Unidos desde 2018 e proprietário de seis empresas ativas no Brasil, Palombo revelou que seu primeiro contato foi com Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), em dezembro de 2022. A partir de fevereiro de 2024, expandiu os serviços para outras três associações: Andap, Aasap e Master Prev.

Estrutura de lavagem de dinheiro

Segundo o relator deputado Alfredo Gaspar (União-AL), as quatro empresas foram utilizadas no esquema fraudulento, com Palombo sendo responsável por "montar" a estrutura contábil que facilitou a lavagem de dinheiro. O contador movimentou cerca de R$ 2 milhões envolvendo as associações investigadas.

Negativa de conhecimento sobre fraudes

Palombo alegou desconhecer os acordos de cooperação técnica (ACTs) das associações e afirmou não ter tido acesso aos registros individuais de descontos dos beneficiários. O contador também prestou serviços a parentes de investigados na Operação Sem Desconto, incluindo a esposa do ex-procurador Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho.

O depoimento revelou ainda conexões com o empresário João Carlos Camargo Júnior, o "alfaiate dos famosos", apontado como possível elo principal na lavagem dos recursos desviados do INSS.