COB defende profissionalização da gestão esportiva como estratégia anticorrupção e sustentabilidade financeira

O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, defendeu nesta quarta-feira (11) a profissionalização da gestão esportiva como ferramenta eficaz para prevenir a corrupção, melhorar a saúde financeira e atrair investimentos. Durante reunião na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, La Porta apresentou resultados concretos dessa estratégia.

Impacto financeiro da profissionalização

A implementação de cursos de capacitação obrigatórios a partir de 2024 já mostra resultados significativos nas finanças do COB. O déficit caiu drasticamente de R$ 78 milhões em dezembro de 2024 para apenas R$ 4 milhões em março de 2025. "A gestão das confederações e dos comitês olímpicos evoluiu absurdamente desde 2016, com novas legislações, formação de novos gestores e maior investimento na área da gestão", afirmou La Porta.

Transparência e descentralização de recursos

O diretor-geral do COB, Emanuel Rego, destacou que a instituição adotou um modelo de descentralização na distribuição de recursos para as confederações, baseado em critérios de rendimento esportivo, prestação de contas, gestão ética e transparência. "Cada vez mais, as confederações têm avançado nessa maturidade e têm estimulado o COB a fazer mais repasses", explicou Rego, ex-jogador e campeão olímpico de vôlei de praia.

Capacitação e resultados olímpicos

O programa de capacitação do COB atingiu mais de 32 mil pessoas no último ano. Segundo La Porta, a Lei das Loterias foi um divisor de águas para o esporte brasileiro: antes dela (1920-2000), o Brasil conquistou 64 medalhas olímpicas, com média de 3,4 por edição; após sua implementação (2004-2024), foram 106 medalhas, com média de 17,7 por competição.

Desafios e fontes de financiamento

Atualmente, o COB recebe 2,2% dos recursos das loterias, tendo arrecadado R$ 445 milhões em 2024, com previsão de R$ 465 milhões para 2025. O consultor de esportes Jorge Bichara alertou sobre a importância da renovação da Lei de Incentivo ao Esporte (PLP 234/24), em análise na Câmara: "Sua perenidade é extremamente necessária para subsistência do esporte olímpico no País".