O empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", negou participação no esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários durante depoimento na CPMI do INSS nesta quarta-feira (25). Preso pela Polícia Federal, ele atribuiu a responsabilidade pelos descontos às associações.
Atuação no setor previdenciário
Antunes explicou que começou a atuar na área em 2017 para comercializar um aplicativo destinado a facilitar a relação entre associações e associados. O sistema oferecia serviços como descontos em farmácias, auxílio-funeral e seguros de vida. O empresário negou recrutar associados ou ter acesso direto ao sistema do INSS.
Questionamentos sobre patrimônio
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou o crescimento patrimonial do empresário, que teria aumentado R$ 14 milhões em menos de três meses em 2024. Gaspar também destacou que Antunes era procurador de associações como a Ambec, que passou de 3 para 600 mil associados em dois anos.
Habeas corpus impede respostas
Amparado em habeas corpus do STF, Antonio Carlos se recusou a responder às perguntas do relator, alegando pré-julgamento. "O relator já me julgou e condenou sem sequer me ouvir", declarou, referindo-se a declarações anteriores de Gaspar que o chamaram de "ladrão do dinheiro de aposentados".
Desdobramentos da investigação
A CPMI aprovou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do advogado Nelson Wilians, investigado por suposto envolvimento no esquema. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) sugeriu acareação entre Antunes e o advogado Eli Cohen, autor das denúncias na comissão, para esclarecer possíveis direcionamentos nas investigações.