A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (9) uma sessão solene em homenagem aos 202 anos da Independência da Bahia, concretizada em 2 de julho de 1823. O evento, solicitado pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA) e outros parlamentares, celebrou a data que marcou a expulsão das tropas portuguesas e a consolidação da independência brasileira na região.
A luta popular pela independência
Durante a sessão, a deputada Lídice da Mata destacou a expressiva participação popular nos conflitos. "É um exército formado por 10 mil pessoas. Do outro lado um exército também formado de 10 mil soldados profissionalizados", afirmou a parlamentar, ressaltando que a guerra durou pouco mais de um ano e foi marcada por uma luta armada com baixas de ambos os lados para garantir a independência nacional.
O protagonismo feminino nos combates
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) enfatizou a importante participação das mulheres no movimento pela independência baiana. "O nome de Joana Angélica, o nome de Maria Quitéria, eles estão no livro de heróis da Pátria", destacou a parlamentar, mencionando também Luiza Mahin e as mulheres da ilha de Itaparica, que "enfrentaram com os punhais sob saias e babados os soldados portugueses".
Inclusão histórica e educação
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, presente na cerimônia, criticou a exclusão do povo da narrativa tradicional sobre a independência do Brasil. "A gente não vê o povo indígena, os artesãos, os agricultores, os camponeses. A gente não vê o povo negro e, muito menos, a gente não vê as mulheres na luta", afirmou, defendendo a educação como caminho para uma construção mais inclusiva da história nacional.
A sessão solene contou ainda com as presenças da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Joaci Fonseca. O 2 de julho é feriado estadual na Bahia, celebrado com desfiles, cerimônias religiosas e culturais, com a participação dos símbolos da resistência baiana, o Caboclo e a Cabocla.