BRICS defendem reforma do sistema financeiro global para maior representatividade

04/06/2025 19:00 Central do Direito
BRICS defendem reforma do sistema financeiro global para maior representatividade

Durante o 11º Fórum Parlamentar do BRICS realizado em Brasília nesta quarta-feira (4), líderes das delegações dos países membros defenderam uma reformulação urgente dos sistemas econômicos multilaterais de financiamento. O objetivo é garantir maior poder decisório dos países do bloco em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Tidimalo Legwase, representante da África do Sul, destacou que os parlamentos do BRICS devem apoiar esforços para reformar as instituições de Bretton Woods, criadas após a 2ª Guerra Mundial, para que sua governança reflita melhor os interesses desenvolvimentistas dos mercados emergentes e países menos desenvolvidos.

O vice-presidente da Câmara da Rússia, Alexander Zukhov, criticou a sub-representação de países em desenvolvimento nestas instituições e afirmou que muitos utilizam o FMI e o Banco Mundial para "promover seus próprios interesses e consolidar práticas neocoloniais nos assuntos globais".

O deputado Fausto Pinato (PP-SP), coordenador do Fórum, ressaltou que "países que contribuem crescentemente para a geração de riqueza mundial ainda estão em posições subordinadas na governança mundial das finanças". Já o presidente da Câmara do Povo do Parlamento Indiano, Om Birla, defendeu um "sistema de comércio global justo e baseado em regras" que atenda às necessidades do Sul global.

A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (Banco dos BRICS), Dilma Rousseff, que participou remotamente, alertou que o retrocesso do multilateralismo dificulta os esforços para alcançar o desenvolvimento sustentável. Sem mencionar diretamente os EUA, ela criticou políticas unilaterais de guerra comercial que minam a confiança nos mercados financeiros internacionais.

A representante chinesa, Ning Tie, vice-presidente do Comitê Permanente do Congresso Chinês, sugeriu reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e criticou países que usam "a lei da selva para substituir as leis internacionais" e "tarifas como arma para fazer bullying contra outros países".