Em sessão solene que celebrou os 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou o potencial de ambos os países para liderar a transição energética global. O evento, que também homenageou os 117 anos da imigração japonesa no Brasil, contou com a presença da princesa Kako de Akishino.
Parceria estratégica em energia e tecnologia
Motta enfatizou as complementaridades entre os dois países: "O Brasil possui recursos abundantes em energias renováveis, enquanto o Japão domina tecnologias avançadas. O etanol brasileiro pode ajudar o Japão a reduzir sua dependência de combustíveis fósseis. Nossa biomassa pode gerar energia limpa para o mundo", afirmou durante seu discurso.
O presidente da Câmara também mencionou outras áreas de cooperação, como a agricultura, onde o Brasil pode fornecer alimentos de qualidade para o mercado japonês, e o intercâmbio tecnológico, citando a recente venda de aviões da Embraer para uma empresa aérea japonesa.
Laços históricos e relações comerciais
O deputado Luiz Nishimori (PSD-PR), que solicitou a realização da sessão, apresentou dados sobre o intercâmbio comercial entre os países, que alcançou 11 bilhões de dólares em 2024, com superávit brasileiro superior a R$ 146 milhões. "Hoje, 60% do suco de laranja e 80% da carne de frango no Japão são de origem brasileira", destacou Nishimori.
Durante a cerimônia, Motta também recordou Yukishigue Tamura, primeiro deputado de origem japonesa no Brasil, que assumiu o cargo no Parlamento em 1955, sendo também o primeiro político nissei eleito para cargos legislativos fora do Japão.
Perspectivas futuras
A princesa Kako de Akishino expressou seu desejo de que as relações entre os dois países sejam duradouras e cada vez mais próximas. Por sua vez, a representante do Ministério das Relações Exteriores, Susan Keebank, ressaltou que o elo entre Brasil e Japão os projeta como parceiros globais, compartilhando valores como democracia, paz e multilateralismo.
Keebank também mencionou a recente viagem do presidente Lula ao Japão no início do ano, que resultou no relançamento da parceria estratégica entre as nações.