Parlamentares propõem 5% dos investimentos climáticos para agenda de gênero na COP30

Durante evento na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, parlamentares brasileiras e especialistas internacionais destacaram que as mulheres são as mais vulneráveis aos impactos da crise climática.

Proposta de destinação de recursos climáticos

A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) apresentou proposta para que 5% dos investimentos climáticos globais sejam direcionados especificamente à agenda de gênero e clima. A parlamentar também defendeu a internacionalização do projeto "Sem Mulher Não Tem Clima", que já conta com adesão de 20 países.

Violências relacionadas à crise climática

Xakriabá denunciou casos graves de violência contra mulheres indígenas ligados à degradação ambiental. "Mais de 30 meninas foram estupradas em troca de comida" na crise Yanomami, além de casos de tráfico de mulheres causado pela mineração ilegal e malformações por contaminação de mercúrio em comunidades Kayapó e Guarani Kaiowá.

Participação internacional e resistências

O debate "Promovendo ação climática equitativa: abordagens parlamentares para soluções sensíveis ao gênero" reuniu representantes de 47 países, organizado pela União Interparlamentar, Câmara dos Deputados e Senado Federal. A médica Flavia Bustreo, ex-assessora da OMS, revelou que as negociações do Plano de Ação de Gênero enfrentaram resistência ao termo "saúde reprodutiva".

Protagonismo feminino na transição climática

A senadora Leila Barros (PDT-DF) enfatizou que não há "transição justa sem a força e a voz do protagonismo feminino", destacando que mulheres sofrem desproporcionalmente com eventos climáticos extremos, insegurança alimentar e perda de meios de subsistência, apesar de serem minoria nos espaços de decisão sobre políticas climáticas.